domingo, 20 de outubro de 2013

Jeremy, O Perverso – Capítulo VI – O Andarilho



A tempestade irrompeu momentos antes que a aurora pudesse transcender a noite. A chuva intensa debatia-se contra a janela do quarto. Relâmpagos cruzavam os céus, riscando de neon o negrume de uma noite que aparentemente ainda não acabara. Aqui e acolá bacias estancavam as goteiras que abriam passagem pelo telhado quebrado. 
 
Andy acordou sobressaltado com o ecoar dos trovões. Lá fora, as árvores seguravam-se com todas suas forças ao solo, quase arrancadas, tamanha a violência que era empregada pela ventania que assolava os campos naquela manhã nebulosa. 

Caminhou descalço, sentindo o chão frio sob seus pés. Seu andar era calmo. O quarto submerso na penumbra parecia ainda mais assustador naquela noite tempestuosa.

Mesmo sob a chuva intensa, naquele momento vivia pacificamente. Verdade seja dita, nunca fora dado à vida luxuosa. Naquele lugar, não era diferente. Vivia sob um aspecto simples. Ajustado apenas às necessidades cotidianas. 

Os cabelos longos e ondulados tocavam-lhe os ombros. Sua barba, bem, não se recordava qual fora a última vez que estivera com o rosto sem a grotesca barba espessa, que já ultrapassava alguns centímetros do queixo. 

Era um homem de estatura média, magro, embora, notava-se a força física em seus músculos, costas e braços.  Parecia ultrapassar seus trinta e cinco anos, embora fosse muito mais jovem. 

Mas naquela face de um andarilho existia um olhar determinado, que transmitia sabedoria e esperança. Os braços fortes, as mãos calejadas e a pele queimada pelo sol, indicavam uma vida dedicada aos afazeres braçais. 

Verdade seja dita, ninguém jamais soubera sua real história. Chegara ao final do último outono, adoecido, com a pele castigada pelo frio que começava a se espreitar por aquelas épocas, roupas maltrapilhas e sujas e um ar de quem não dormia havia dias.

A exaustão em sua face e sua aparência debilitada, logo se mostraram irrefutáveis. O andarilho caiu de joelhos, ensejou misericórdia. Apenas queria alimentar-se, tomar uma caneca de água, mas suas palavras não chegaram a sair de sua garganta, morreram sufocadas. 

Os olhos lentamente se fecharam, e seu corpo projetou-se ao chão de terra batida. Acordara acomodado num pequeno casebre de pau-a-pique, iluminado pelo dançar tímido da chama de uma vela. O aposento era pequeno, com uma mesa pequena de eucalipto e um toco de árvore improvisado como cadeira. Ceifadeiras, enxadas, machados e tantas outras ferramentas constituíam o restante da ornamentação daquele lugar.

Durante dias, acamado, fora alimentado por uma velha mulher, de pele cor de ébano, cabelos brancos e curtos, vaidosamente escondidos por um lenço verde-musgo que ostentava com plena felicidade no topo da cabeça.

Chamava-se Marieta, mas por todos, era chamada de Ama. Nascera e crescera na propriedade, onde criara seus filhos e os filhos dos proprietários, e os filhos dos filhos até aquele momento. Ultrapassava seus setenta e oito anos, mas tinha saúde de uma mulher no auge de seus quarenta e cinco anos.

Sorridente e gentil, Ama tratara o andarilho ao longo dos dias que se seguiram. Com remédios caseiros à base de ervas medicinais e ensopados, o homem exponencialmente começava a se recuperar. As energias roubadas ao longo de sua jornada rapidamente pareciam espelhar na a própria aparência.

A face corada, os olhos cintilantes, revigorado, novamente gozava da plena saúde.

[...]

Andy propusera-se a compensar pelos cuidados, colocando-se à disposição de seu bem feitor. De bom grado, o patrão aceitou-o, cedeu-lhe os aposentos onde já se encontrava instalado, e lhe pagaria um salário, se não grande, ao menos suficiente para sobreviver. 
 
Os primeiros meses foram os mais difíceis. Habituado à vida da cidade, sofrera na lavoura. Os calos naturalmente surgiram e castigaram seus pés e mãos. As câimbras, ao fim do dia, eram avassaladoras, e o esgotamento físico, por muitas vezes, o fizera dormir sentado à mesa antes do jantar.

Ao fim do terceiro mês, estava apto para qualquer atividade no campo. Fosse cortar madeira, capinar as ervas-daninhas, ou carregar os fardos de milho. Aos poucos, sua condição física melhorava.  A pele ganhara um tom queimado pelo sol, a barba era uma grotesca mata negra em sua fase, e os cabelos desgrenhados já ultrapassavam a altura dos olhos.

Assim, nascera Andy, o Andarilho. 
 
Obviamente, o nome era um deboche dos companheiros de trabalho, um diminutivo para Andarilho, e desde então, abraçara o nome com carinho e felicidade, o que gerara risos e inquietação nos bastardos que tentavam lhe deixar bravo. 

De forma alguma Andy revelara suas origens, seu real nome ou qualquer vestígio de seu passado. Nem mesmo seu empregador tivera a sorte.

- Senhor, sou um homem nascido e criado nas ruas – dizia Andy - Meu nome, meu sangue, meu passado, nada são, se não especulações de um homem que não mais existe. Sou apenas um peão no xadrez da vida. Uma peça pronta a ser sacrificada se necessário, mas que pode derrubar reis e rainhas.

O patrão, um senhor corpulento, perto dos sessenta anos, com a face rosada, e os cabelos lisos e brancos, gargalhava. Um homem de posses. Rico, adorado por seus empregados; temido por seus adversários.

O Barão, como era conhecido, realmente não se importava com o passado de seus empregados. Acreditava na redenção. Pensava que homens, mulheres, assassinos, prostitutas, todos mereciam uma segunda chance de vencer. Católico fervoroso, via na religião, uma forma de recuperar a alma das pessoas.

Sábio, gentil e bondoso. Andy o admirava, e de forma igual, era admirado pelo patrão.  O fazendeiro via em Andy um misto de curiosidade, mas acima de tudo, um homem de experiente, intelectual, que por alguma razão desconhecida, chegara ao ponto que se encontrava. 

Para O Barão, Andy era o tipo de pessoa que raramente tornava-se um andarilho sem eiras nem beiras nessa vida por mero acaso. De alguma forma aquele homem tinha uma família, ou pelo menos, fora criado no berço da sociedade alta, no escalão de meninos educados em colégios particulares, com boa educação.

Não importava. Andy, ou quem quer que fosse, era bem-vindo, abençoado por Deus, e digno de sua confiança. 

[...]

A tempestade finalmente dera uma trégua, restando apenas uma chuva contínua e silenciosa. Andy estava sentado à cama. Olhava pela janela e lembrava-se de tudo que vivera até ali. Dos dias de sua desintoxicação, dos dias em que pensara em desistir.

No início, houvera uma voz. Uma voz serena há muito conhecida. A voz que lhe sempre lhe embaraçava os pensamentos, e por vezes, o fazia chorar e sentir pena de si mesmo. 

Mas eram tempos passados. O tempo fizera adormecer todos os laços criados. Era necessário desvincular-se de tais contratempos. Sua jornada começara como um ato de desespero, mas no decorrer do tempo, tornara-se uma busca pelo equilíbrio, pela paz.

Ele lutou, e fez de sua fé, força, de sua força, determinação. Iria seguir adiante, fosse pelo orgulho, fosse pela necessidade. 

Aprendera valores que jamais imaginados. Ao renegar os bens, as pessoas, os sentimentos, enfrentara seus maiores temores. A solidão, o passado, o medo de si próprio.

Aquela voz...  Bem, a voz era apenas um sussurro adormecido na lembrança. Dia pós dia fora se apagando, até tornar-se apenas um ruído distante. Um ano exato havia se passado, e naquele instante, sequer lembrava-se o tom daquela voz que um dia fora a melodia de seu coração. 

Não mais. Naquela noite apenas ouvira o som da chuva, do vento. Ouvira sua razão, seu coração. Em uníssono. Era a melodia que há muito havia se perdido.
O som da paz. 

[...]

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Jeremy, O Perverso - Capítulo V - Uma palavra de mil sílabas

Jogado à mercê de sua insanidade, Jeremy deixou-se levar pelo pânico, e sem energias, perdeu os sentidos. Sonhou com a desolação que destruíra seu mundo. No fim, a morte o encarava com olhos frios e noturnos. 

Seu grito ecoou por quarteirões. 

[...]

Fragmentos de cristais rubro-espelhados. Tortuosos caminhos desvirtuados por um choque de realidades. Faça-se o caos, mas não se esqueça. Jamais se esqueça de mim. 


Fiz da sorte, minha própria ruína. Durante semanas ou vidas inteiras, não sei dizer, me tornei Deus de meu próprio universo. Criação através do caos.


 Tempo imutável. Fragmentado pelas lembranças inalteráveis. Mas se um dia me perguntar, quem sou eu, serei eu mesmo a responde-la?  


“Se - como dissera Padre Callahan - uma palavra de mil sílabas”. 


Serei grato, um dia, por ter me tornado cria e criador, caça e caçador. Mas não serei o mesmo. Não mais.


Bela mulher, apenas me ouça. Sonhei alto, e ainda criança, almejei ser o homem no topo das montanhas. Assassinei a criança com minha razão, e me perdi no labirinto do coração.


Relutante coração partido, menina inquietante. 


O menino no topo das montanhas tornou-se o homem que pulou no abismo do desconhecido, e fora beijado pela morte. 


Minha querida! Você e tão somente você, tem essa essência rara, e por rara, entenda-se por beleza comum no Jardim dos Deuses. Caminhos opostos para pessoas que não se conhecem, mas que são parte um do outro.

Apenas mantenha esse sorriso encantador de menina-mulher enquanto eu não estiver por perto, e se a sorte, destino ou qualquer outra palavra de mil sílabas possa conspirar a meu favor, estarei ao seu lado.


Sou um desconhecido que caminha entre o orgulho da sobriedade e a queda da insanidade. 


Mas esteja firme, não importa o tempo, a razão, o tempo. Seja meu porto-seguro, que um dia encontrarei. Pois não há sensação mais pacificadora do que sentir o conforto de sua presença. 


Rolem os dados, e que a roda da fortuna gire numa espiral de desejos e sonhos. Não sucumbirei à escuridão enquanto guardar dentro de meu peito e de minhas lembranças, o brilho vívido de seu olhar intrigante e hipnotizador. 


Hoje, ofereço a ti minha cicatrizes, para que um dia, possa vê-las curadas. Minha e tão somente minha, bela Elise. Sinto-me grato, por tê-la, ao passo, que nada conquistei, exceto seu sorriso dócil de mulher liberta. 


"Se", palavras de mil sílabas. "Tempo", palavra de infinitos fragmentos de vidas passadas.


Hoje, sou apenas o guardião de presságios incertos, de destino desconhecido, mas meu caminho trilhará sob luzes douradas de um vasto e límpido céu azil enquanto carregar comigo a imagem do seu olhar. 


Se um dia pensar em mim, olhe para o topo das montanhas, e lá estarei. Velando por sua segurança, e por sua felicidade. Mesmo que isso signifique o sacrifício de um homem beirando à loucura instaurada numa mente confusa.


Minha razão está defasada, mas ainda posso oferecer meu coração. Eis a verdadeira essência do homem que sou.


Quando terminar de ler estas palavras, não serei o mesmo. Sequer estarei por perto.


Distante, isolado, ferido. Mas ainda serei parte de uma lembrança que minha mente possa apenas ter criado, mas sempre existirá um "se" para reconstruir com mil sílabas, um significado para meu próprio mundo.


Um mundo que governarei à minha maneira. Mas um rei não deve governar sozinho. 


Esteja em paz, enquanto busco a minha própria. 


De todo coração, e com amor, Jeremy.

[...] 

Elise lera e relera as duas últimas frases escritas à mão. Com seu coração sendo esmigalhado por sentimentos que jamais sentira, trouxera a carta para próxima de seu peito, e suspirou. 

Por longos meses, Elise tentara encontrá-lo a todo custo, em vão. 

Quando recebera a carta, Jeremy havia desaparecido havia dois meses. Quando dois,  tornaram-se seis, e seis tornaram-se doze meses, pensou que estivesse morto. 

Um ano havia se passado.

Não havia montanhas para se observar, mas ainda sim, dia pós dias, elevava seus olhos em direção aos céus, e por instantes tinha certeza de que ele estaria olhando por ela. Não importa onde estivesse, Rei Jeremy cumpriria sua promessa. 

Sorriu timidamente, tentando assimilar o golpe. 

“Se”... Uma palavra de mil sílabas, mas de apenas um significado: 

O anseio de ter em seus braços, aquilo que renegou quando tivera sua chance.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Jeremy, o Perverso - Capítulo IV - Caos

Recostado em seu trono. Imponente. Como nos desenhos rabiscados em sua infância. Apenas uma figura mórbida no topo das montanhas.

O cemitério de concreto agora se afoga no estágio natural de inércia sob seus pés. Flutuando sobre sonhos de pessoas comuns, seu olhar varre o horizonte, e seu rosto parece se enrijecer, desfigurando-se no misto de insanidade e dor, enquanto, parcialmente, o neon-mercúrio brilha sangrento através de seus olhos, ao tempo que projeta poças de cor marrom no labirinto negro rabiscado de branco. 
  
Ele sorri, desdenha de seu reino. Estúpida ironia.

Do alto observa. Elevam-se aos céus os gigantes de pedra. Inertes formas abstratas, tentando tocar as nuvens. Jamais conseguirão. A imensidão do desconhecido os transformará em pequenos degraus para o impossível desejo de tocar os anjos que acima de todos estão.

Apenas outra dose. Sua mentira tóxica. Mais um gole no uísque, outro trago no cigarro, e aquela pequena parcela de felicidade inventada rasgará sua garganta, e eclodirão os demônios sedentos de sua mente.

Não importa.

As pálpebras começam a pesar toneladas, e a visão, turva. Ele esvazia os pulmões, deixando o fétido e saboroso teor da nicotina preencher o ar com a essência putrefata que tanto o alivia nesse momento.

Mais um gole, queimando sua língua, aquecendo seu interior como o crepitar de uma floresta em chamas.

Sua gargalhada ecoa forçada, e os fragmentos do copo arremessado com todo seu desprezo, tornam-se agora adagadas cristalinas espalhadas pelo chão.

Dessa vez, paz química ou mentiras não o farão melhor. Seu reflexo na porta de vidro o enoja. O espelho distorcido da realidade criada através do caos.
 
 Suas mãos agarram a cadeira, e a violência excede os limites da razão, enquanto o objeto choca-se com a porta. Novamente tenta despertar o espírito que está adormecido dentro de si, mas o que se vê, são apenas estacas de madeira e vidro que se espalham pelo quarto.

Ele caminha, com os pés nus, pintando de escarlate o chão. Sangra, e em seus mais prazerosos delírios, não encontrará um motivo para se controlar.

Não importa.

Agora sacia a sedenta ira diretamente da garrafa. Anestesiado, não sente mais o fervor da bebida lhe agarrar no calar da noite. Na ausência de som, façam-se canções com os braços que agora varrem a estante de livros e fotos.

Então ele observa os olhos do velho pai no porta-retratos. O olhar que ainda insiste em ignorá-lo, mesmo após a morte fechá-los para sempre. Ele cospe as palavras ao vento, e amaldiçoa aqueles olhos a fitá-lo:

 - Malditos sejam, esbraveja - Todos os afortunados que sucumbiram ao leito final, malditos sejam. Curvem-se perante seu rei, desgraçados.

Cerram-se os punhos, os dentes, e um sorriso perverso lhe percorre a face.

As mãos agarram a estante de mogno, e desvencilhadas dos pecados mortais, unem-se à força da confusão. O móvel choca-se contra o piso, enquanto o caos começa a reinar. 

Um por um, objetos são arremessados, quebrados, pisoteados, enquanto suas próprias lágrimas agora parecem ser jogadas para fora de seu próprio corpo. Forçadas a sair, para que sua ira possa reinar absoluta no caos que se instaurou naquela mente tão perfeitamente insana.
 
Mundos que se chocam em perfeita sintonia com a realidade. Ele tentará avançar para o corredor, e suas pernas irão ceder.

Ajoelhe-se perante o Rei. Ajoelhe-se perante sua maldição, Jeremy.

As vozes bailam em sua mente, como asas azuis em campos esmeralda. As nuvens negras se unem ao asfalto, e as risadas frenéticas perfuram seus ouvidos. A canção do senhor da morte.

As nega, levando as mãos aos ouvidos. Encerram-se as canções, mas seus olhos castanhos, vidrados, podem ver.

Imagens de vidas passadas. Fotos de realidades não existentes. Apenas flashes, sangue e morte.

À sua frente, os olhos de âmbar encontram os seus próprios. Mas não há vida naquele olhar. Os cabelos dourados estão pigmentados de vermelho, enquanto o próprio sangue escorre pela pele pálida. Um sorriso de canto, lábios azuis, quase enegrecidos, com os ombros caídos, e os braços jogados junto ao corpo, e este, repleto de chagas que se deixam mostrar através das roupas rasgadas de Elise. 
 
Ele agora rasteja até ela, e a beija nos lábios. Metálico sabor de sangue. Segura-a junto ao seu próprio corpo, e a embala, tomado pela canção do senhor da morte.

Inspira fundo, e junto aos ouvidos de Elise, diz em tom inaudível:

- Hoje não, meu bem. Talvez um dia...

Gargalhando como um louco, embala-a, tentando apaziguar os temores. Sem forças, fecha os olhos, e a imagem se corrompe.
 
[...]

Deitado em posição fetal, próximo ao próprio vômito, Jeremy olha as paredes de seu quarto.
Uma aquarela do caos. Seus músculos estão rígidos, e Jeremy apenas saboreia amargamente o gosto de bile, álcool e lágrimas.

As risadas estão mais distantes, e o mundo começa a parecer menos distorcido, mas ainda há confusão em sua mente. Os fantasmas de sua culpa ainda o atormentam. Eles precisam morrer para que Jeremy viva.

Rastejando, procura novamente doses de sua mentira. Não sabe, mas está a poucos centímetros de uma overdose fatal. Em meio ao caos, tateará os objetos ao chão, porém, não mais encontrará.

Salvo pelo próprio caos que ele mesmo criou.
 
Agonizando, será consumido pela rejeição, pela culpa. 

Sentimentos de vidas passadas e há muito adormecidas em suas memórias.

Não mais.

Ao fechar a porta atrás de si, Jeremy abriu todos os caminhos conhecidos na sua memória. Caminhos trilhados dentre ascensões e quedas.

Finalmente, havia descoberto que a culpa seria sua parceira pela eternidade. Sucumbiria perante a ela, e sua morte, a morte de Rei Jeremy seria motivada tão somente por ela.